segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

GOSTANDO DE APRENDER


Estou gostando muito do que estou aprendendo. Este 2º semestre de 2007 está sendo bastante produtivo, embora os 3 turnos de trabalho e a faculdade de letras que estou cursando na Ulbra. Corro contra este rio caudaloso de atividades, esperando concluí-las até o fim dos prazos ( e do semestre). Este torvelinho torna a vida interessante: quanto mais trabalho se tem, mais o corpo se capacita para realizá-lo. Não somente isto, mas o envolvimento com as disciplinas me acrescentou como pessoa, como profissional, deu um bom impulso à minha visão, como escritor e como ser humano. Proporcionou entusiasmo ao meu trabalho, tornando-o mais eficaz e mais coerente, porque enriquecido. Porque não para de se debater e de tentar pressionar a tecla da compreensão, não só para com meus alunos, mas para com o maior número de pessoas que, por ventura, compartilharem o mesmo espaço. Este mesmo que utilizo nas lutas que empreendo, muitas vezes até a exaustão, com o objetivo de me tornar útil, com alguma parcela, às batalhas coletivas que buscam construir uma sociedade mais justa. Não há como voltar atrás depois da palavra dita, do pensamento bifurcado a criar os novos links das nossas súbitas redes neuronais. Este segundo semestre foi deveras importante, principalmente porque me vi organizando e reorganizando ações importantes aos interesses comuns, estimuladas pelos novos insights, e pela certeza de que o fazer educacional é imprescindível e responsabilidade de todos nós.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Visita à 6ª Bienal do Mercosul

Enquanto aluno de Pedagogia da Ufrgs, visitei a 6ª Bienal do Mercosul, junto com o professor de Artes Visuais, Bento Fagundes de Abreu, durante aula presencial que tivemos. Me impressionei com o trabalho de mediação que Thales Speroni fazia sobre a obra de Jorge Machi, no Santander Cultural, em Porto Alegre. De tal forma achei importante o trabalho deste mediador, que levei meus alunos a fazerem a mesma visitação, para que pudessem desfrutar de semelhante insight sobre uma obra tão significativa, acrescida de um trabalho de mediação tão competente. Os vídeos mostram os alunos do Justo e o mediador Thales, reconstruindo os caminhos de Jorge Macchi. Este, com certeza, foi um momento educacional único, ímpar, para todos os envolvidos.

teatro na escola

Alunos da 6ª série, turma 62, da Escola Municipal Alfredo José Justo, apresentando para toda a comunidade escolar, durante as celebrações da Semana da Consciência Negra, o trabalho desenvolvido em sala de aula. Texto, trilha sonora, ensaios e montagem feitos por eles. Este é um dos aspectos positivos e gratificantes, resultantes do que aprendi com meus estudos e atualizações realizados através disciplina de Teatro, com o professor Gilberto Icle, no Curso de Pedagogia da UFRGS. O entusiasmo e a receptividade dos colegas durante a apresentação espontânea, não feita pra mostrar num dia só, mas fruto do questionamento dos mesmos em relação aos problemas que observam no seu dia-a-dia. O texto que eles criaram tem um forte referencial em relação as discriminações e preconceitos que são testemunhos. A menina que é posta para fora de casa por ter engravidado na adolescência, o namorado que não assume a criança, o rapaz que se envolve em drogas e é preso, a perda do pai atropelado, no momento em que resolve mudar de opinião e ajudar a filha que ele abandonara, a menina que ganha um filho com necessidades especiais. Todos estes temas eles desenvolveram em um pequeno trabalho à partir da idéia de que um grupo de amigos, que brincava e dançava descontraidamente, passa a ter as suas vidas transformadas com a realidade cotidiana que lhes é imposta.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aula de Música

Na aula de música, falamos sobre a mesma ser constituida por três elementos:
O ritmo, elemento primordial e mais primitivo, que é a divisão ordenada do tempo, a pulsação, a batida da música. Os exemplos de instrumentos de ritmo: Instrumentos de Percurssão (bateria, pandeiro, tamborim, etc).
A melodia, que é a sucessão de sons (uníssonos) em seqüência, repetindo ou variando tempo, altura e intensidade. Exemplos de instrumentos de melodia: Aqueles que tocam apenas uma nota por vez, como instrumentos de sopro ( saxofone, flauta, clarinete, oboê, etc) e a própria voz humana.
Harmonia, que é o conjunto de sons combinados simultaneamente, formando acordes. A harmonia é a ciência da combinação dos sons. Exemplo de instrumentos de harmonia: Todos aqueles que podem soar sons simultâneos ( piano, violão, órgão, harpa, etc.)


Conversamos brevemente sobre estas questões e partimos para o tempo na música, os compassos, compreendendo compasso como a divisão da música em séries regulares de tempo. Que os tempos pulsam em fortes e fracos, e que podem ser binários, ternários, quartenários.
Para compreender um pouco mais, fizemos exercícios com o corpo, utilizando o seu movimento, o movimento dos pés e as batidas de palmas. No vídeo, vemos um exercício de compasso binário, em 2 tempos.

Para uma primeira aula de música, a produção foi muito boa. O resultado, como podemos evidenciar, foi satisfatório. Quantas riquezas estão conquistando para as suas vidas, quando apresentamos uma proposta pedagógica que acrescenta descobertas e desafios, onde o lúdico, compartilhado com o outro, interagindo com o outro, cria ambientes solidários de incentivo e compreensão mútuos.



sábado, 24 de novembro de 2007

Consciência Negra na Escola Alfredo José Justo

Celebrações da Consciência Negra na Escola Municipal Alfredo José Justo, em Alvorada.No dia 22 de novembro de 2007, realizamos atividades nos turnos da manhã e noite (SEJA), junto aos educandos dos dois turnos, como parte das ações de combate ao preconceito. Convidamos os Grupos de Danças Afro da Escola Estadual Campos Verdes, dirigido pela professora Isabel e do Centro Florestan Fernandes,dirigido pela Professora Rita. À noite, além destes, também contamos com a apresentação do Grupo Musical do Florestan Fernandes, dirigido pela professora Lúcia. No turno da manhã, um grupo de alunos da turma 62 apresentou trabalho de teatro, realizado nas aulas de Educação Artística, e criado por eles, contextualizando o tema do preconceito em geral. No dia anterior, 21 de novembro, houve uma missa Afro em nossa Escola, promovida pela Secretaria de Educação de Alvorada, com a participação das Escolas Municipais e Comunidade. As fotos são créditos da professora Ivana Molina, responsável pela nossa Biblioteca no turno da noite, que gentilmente registrou as ações com a sua câmera.

domingo, 18 de novembro de 2007

Por que você ouve tanta porcaria?


Nelson Mota está certo quando diz "meu ouvido não é penico". É tanta mediocridade nas rádios, que, só agora me dei conta, ultimamente nem tenho ouvido rádio. Com a televisão acontece a mesma coisa, salvando algumas excessões. Fred 04, no texto "Por que você ouve tanta porcaria?" (Alisson Avila, in Revista Aplauso, Porto Alegre, ano 3, nº 22, 2000), chama de "pacto da burrice nacional", o fato de a mediocridade musical ter se generalizado nas emissoras. Para justificar esta evidência, ele argumenta que "todos os operadores culturais se vêem compelidos a atuar mediante determinados parâmetros éticos e estéticos, cada vez mais rígidos, estreitos, imediatos, rasteiros...para fazer com que o DINHEIRO corra cada vez mais rápido e sempre na mesma direção". Importantíssimo enfoque, se analisarmos o texto na sua íntegra e observarmos que é isto, que o capitalismo sufocou a estética cultural de um modo geral. Não só na música. Mas eu gostaria de acrescentar que esta coisa toda, que há tempos me colocava uma pulga atrás da orelha, não me parece estar isolada na importância do capital em si, do dinheiro. Me preocupava o fato de não entender direito o que acontecia com o meu "gosto musical", que não conseguia se "adaptar" ao que eu ouvia nas estações de rádio, a ponto de não mais conseguir ouvir rádio. Seria este um sinal de velhice? Meus ouvidos teriam enferrujado e não conseguiam ouvir com prazer o novo? Por que tanta riqueza musical da MPB havia desaparecido? Desconfiava disto que o texto expõem, mas cheguei a pensar que era um exagero e chatisse ficar achando isto ou aquilo, e que eu é que deveria mudar, me atualizar. Mas, ao contrário, fico muito satisfeito de ter lido o trabalho publicado pela revista APLAUSO, porque descubro que não era imaginação, que eram fatos reais que estavam escondidos: a repetição, o jabá, o circo, a falta de escrúpulos, o sistema das rádios, o mercado, os gerenciadores da música. Os depoimentos de Katia Suman, Nelson Mota, Edu K, dj Claudinho Pereira, Raul Albornoz, Lobão, Eduardo Santos, Flávio Bernardes e Tutinha, entre outros, são definidores. Um "levantar de véus", como diria Darci Ribeiro em seu ensaio O Óbvio, para descobrir outros véus a serem descortinados. A velha "tetra". Mas, voltando ao que eu gostaria realmente de acrescentar, e que havia concluído há alguns anos, se refere a nossa Ditadura Militar. Vivi esta época, e lembro perfeitamente das riquíssimas e provocadoras letras de músicas, que faziam crítica ao sistema, tentando driblar a censura governamental oficial que existia.Até as peças teatrais deveriam ter o aval da censura para poderem ir aos palcos. Só que os governos militares foram muito "inteligentes", voltando a Darci Ribeiro, e conseguiram sufocar a educação, a filosofia, a tudo que fosse possibilidade de pensamento reflexivo. Pensar havia se tornado um crime. Lavaram as escolas e os cérebros, retirarando a "sujeira do refletir", com um programa e planejamento infalíveis. Suprimiram todas as "liberdades", engendraram pré-conceitos. Simplificaram a extraordinária complexidade da vida. E tiveram sucesso. Eis o nosso panorama musical medíocre de um povo mediocrizado, alienado, que tenta se reconstruir. Luta contra o capitalismo dito "selvagem" e acha que cultura é algo estranho, que está lá fora. Os discursos da "Esquina Maldita", no encontro da Sarmento Leite com Osvaldo Aranha, em Porto Alegre ( um dos poucos lugares à época da ditadura que era permitido a estudantes escritores e intelectuais se reunirem- e onde fiquei amigo de Caio Fernando de Abreu-, mesmo que suspeitos de serem "subversivos"), não foram suficientes para prever que o caminho seria outro. Que, definitivamente, havíamos perdido as nossas batalhas ideológicas.Para finalizar, acho que a educação deverá fazer a "retroação", ou seja, voltar-se para a música como parte da discussão do senso comum e construção do pensamento crítico, cidadão.

sábado, 17 de novembro de 2007

Visita à 6ª Bienal do Mercosul

6ª BIENAL DO MERCOSUL - VISITANDO JORGE MACCHI NO SANTANDER CULTURAL






Foi uma visita inesquecível. Tudo o que vi e estudei sobre arte me projetou para o instante da visitação no Espaço do Santander Cultural, com a obra Fim de Filme, de Jorge Macchi. Como diz no Portfólio Pedagógico da Bienal:"Em algumas das suas obras, Macchi trabalha com a repetição do acaso e com as coincidências forçadas. Fatos que estatisticamente se dão somente uma vez, ou supostamente caótica e imprevisivelmente, acontecem novamente. Com isso, a obra demonstra a possibilidade inesperada do que se supõe ser uma possibilidade." Poder passear pelos dois lados linkando trabalho a trabalho foi fantástico, conduzidos que fomos pelo mediador Thales Speroni. Muito competente no seu trabalho, Thales demonstrou um entusiasmo e conhecimento que me contagiou, a ponto de ter levado meus alunos na semana seguinte para a visitação ao Jorge Macchi. Agendei o mesmo mediador e consegui o acompanhamento dele para os 40 alunos que levei de 5ªs e 6ªs séries. Eles ficaram como que hipnotizados pelas obras e pela condução do Thales. Durante todo o percurso e as explicações, houve uma total e espontânea concentração. Im pressionante o interesse que os alunos tiveram. Alguns me olhavam e diziam: Bah, professor, que legal que ele é! Na sala perfurada ele mostrou a festa que só existia dentro deles, como se o globo suspenso no ar tivesse deixado o negativo de suas luzes pelo ambiente. Caminharam rápido, com o Thales, no segundo piso, imaginando que os pedaços do Rio Sena distribuído nos pequenos quadros, de onde foram retiradas as pontes de Paris, estivesse correndo. Bateram palmas para criar o rítmo de um caderno de música sobre um pedestal, que o mediador mostrava e folheava. Sentaram no chão com o Thales, para perceber os sons criados com a passagem dos veículos, na pauta musical sobre um asfalto imenso projetado na parede. Viram a água que não existia e o colorido das sombras. Descobriram a possibilidade de caminhos diante de um vidro partido. A tempestade musical e as pegadas de barro, bem como compreenderam que era muito importante "tirar os pingos dos is", ao invés de pô-los.

Relendo Velázquez




Velázquez olha para frente. Mas não olha para frente simplesmente. Duas são as possibilidades do seu olhar: uma é que ele esteja olhando para um espelho que se encontra no lugar do espectador. Nos arremete, com isto, para a segunda possibilidade: torna o espectador/observador cúmplice, parte integrante da obra e, neste caso, o trabalho se projeta para fora do estático e frio tecido lambuzado de resinas. De que maneira isto acontece? Fazendo com que o observador passe a fazer parte do quadro, como um quarto ponto do quadrilátero, que se forma a partir do triângulo cujos vértices são formados pelo artista, o homem ao fundo ( na porta) e a anã vestidos de preto. Se destacam pela luminosidade. Este quarto vértice, a luz de quem observa, vivifica a obra, se encontra à sombra ,no desconhecido: remetendo para a contemporaneidade e fisgando o próprio espectador.Portanto, em sua essência, o eixo principal não é a Infanta, mas o próprio pintor, o criador, o que impõem a suspensão da cena e a sua linguagem. O que liberta a cena às probabilidades interpretativas. Não para o seu tempo, mas para todos os tempos possíveis. O que guarda a chave e o segredo do jogo de espelhos que pinta. No fundo o espelho não determina, apenas sugere. Pinta os reis ou pinta a si mesmo? Sua consciência de dívida para com seus mecenas? Enigma. Justifico a minha releitura ao trazer para o centro da cena o autor, colocando as imagens à esquerda e à direita, como simetrias que se refletem nos espelhos, o restante dos elementos. Um jogo que se busca harmônico. Verde e vermelho – em oposição, reescrevem as sombras e as luzes. Artur Cristóvão Madruga Martins.

Currículo, Didática e Projeto Político Pedagógico

Por currículo, entendo um conjunto básico de saberes, compreendidos como fundamentais para que, ao serem repassados aos educandos, possam auxiliá-los na construção de seus conhecimentos. Mas que não é só isto. É também o que está à volta do mesmo, como os funcionários, os professores, a escola, tudo o que compõem o conjunto de suas relações enquanto estudante, dentro do âmbito escolar, como, por exemplo, as vivências que cada um carrega. É uma ordenação que tem por objetivo a organização do sujeito enquanto cidadão em contínua troca de saberes no seu coletivo.
Didática, por outro lado, são as maneiras, as formas, os processos que o educador utiliza para guiar, monitorar ou auxiliar o educando, para que o mesmo possa atingir os possíveis objetivos previamente definidos. Lógico que, para exercitar o seu fazer didático, o professor lança mão de determinados instrumentos. A reflexão sobre a utilização dos mesmos - e a sua criatividade - irão contar muito para que possa obter resultados positivos.
Currículo e didática necessitam de constantes avaliações para evitar o engessamento do fazer educacional.
Por Projeto Político Pedagógico entendo como sendo as diretrizes que orientam toda a vida da escola, escritos, colocados no papel, representando o pensamento do coletivo em relação a todos os passos possíveis de serem dados no espaço de aprendizado. O PPP ocupa-se do funcionamento da Secretaria ao Plano de aula. Da prática e da filosofia da escola.

Caminhada e Prática Docente

CAMINHADA E PRÁTICA DOCENTE
Trabalhando em uma comunidade de periferia, pode-se perceber exatamente o que Paulo Freire e os autores dos textos lidos, Giroux, Sartori e Krahe expuseram. Propostas e análises que refazem a nossa leitura leitura diária.
Essa educação “bancária” referida é a que estamos acostumados a praticar, mesmo que não quiséssemos. Até refletimos sobre ela, mas não mudamos, enquanto sujeitos que repetem o que nos é imposto. Não realizamos e não achamos provável a função de professor pesquisador no nosso dia-a-dia, porque já nos habituamos com a idéia externa de que o nosso trabalho é “conduzir”, somos meros técnicos tratando de cumprir o que os “mestres da pedagogia” nos impõem que seja feito. Ações fora da realidade, porque os mesmos não estão ali dentro da sala de aula de periferia dando duro para compreender, junto com os alunos, o problema social que os envolve e como soluciona-lo, quando queremos que eles façam a reflexão de seus cotidianos.
Frustramo-nos, enquanto professores, ao vermos que as reformas educacionais falam no professor como se ele fosse algo estático, imutável, passivo, sem opinião, que sempre é enganado e desvalorizado.
Sonhamos, quando saímos do magistério, com um mundo encantado onde tudo será fácil, e usamos de criatividade como se estivéssemos abrindo um baú cheio de riquezas desconhecidas. Com o tempo, vamos descobrindo que aquele baú fica vazio cedo demais. Que não fazemos mais do que cumprir tarefas e nos amarguramos – o que acontece com a maioria dos professores. Cavocamos otimismo e alegria, na tentativa de humanizarmos o nosso trabalho, mas temos bem claro que os conservadores venceram, pois engoliram as forças progressistas e as paralisaram. Quando imaginávamos que algo iria acontecer na educação como um todo – e isto inclue o professor como um agente transformador, o impossível vira realidade. O que o conservadorismo não conseguia fazer devido a resistência das forças opostas, foi feito e superado pela esquerda, transformando o ensino numa mera relação burocrática servil ao capital especulativo, à classe dominante.
É tempo de fazermos resistência, de acreditarmos sempre numa educação que leve à reflexão-ação. Que os professores possam se transformar em pesquisadores do seu fazer educacional.
Tive algumas experiências gratificantes neste sentido, trabalhando com o Seja –Serviço de Educação de Jovens e Adultos. Nós professores saíamos, fora do horário das aulas, a fazer pesquisa nas ruas onde moravam os nossos alunos, sem que eles soubessem. Preparávamos em nossas reuniões questionários e saíamos em duplas para os diversos bairros onde eles se localizassem. Entrevistávamos igrejas, candomblés, evangélicos, bares, armazéns, associações de moradores, íamos às casas de alguns alunos. Enquanto um entrevistava o outro observava e anotava. Observava o entorno do entrevistado para anotar as possíveis contradições entre as falas e o que o nosso olhar via. Respeitávamos até o vocabulário do interlocutor. Fazíamos reuniões gerais posteriormente, para selecionar as falas mais significativas e devolvíamos para a comunidade em reunião geral na escola, junto com os alunos. Ali eles confirmavam, retiravam, transformavam ou acrescentavam às falas apresentadas. Com elas elaborávamos o nosso planejamento, através de um “Complexo Temático” que se interligava entre conceitos e princípios. Depois, em outra reunião, estabelecíamos um plano intuitivo, para desencadearmos novas falas, em razão do que era “Senso Comum”, para que pudéssemos “Planejar” em cima do contraditório, despertando o “Senso Crítico”. Se não conseguíamos atingir esta meta satisfatoriamente, no mínimo abríamos o debate em torno dos temas de suas realidades, pertinentes. Agíamos para provocar reflexões. O aluno se construía como praticante reflexivo. Infelizmente isto só servia e serve para o aluno. O professor não existe ainda neste ambiente. Esta visão progressista não contempla o professor, que silencia, que é passivo, que se desvaloriza, que é oprimido.

Letramento e Trabalho Pedagógico

O texto “Letramento e Trabalho Pedagógico”, de Filomena E. P. Assolini e Leda V. Tfouni, já em sua introdução, faz referência ao letramento como a inclusão de todos ( inclusive os não-alfabetizados), no processo de aquisição de um sistema de escrita e todas as suas conseqüência para estes sujeitos, na vivência interativa, dentro de sua organização social, desde que considerados os aspectos sócio-históricos desta abordagem. Acho que é aqui o centro de tudo o que é colocado posteriormente, mas vale a pena determo-nos em sua análise. Hirsh, em sua definição sobre letramento, diz que ele não é só permitir que as pessoas leiam jornal, mas que possam eleborar dentro de si o que lêem, fazendo analogias com as informações já armazenadas ou linkadas, proporcionando “insights”( termo usado por Brian Street), que levem à compreensão dos diversos tipos de textos escritos ( ou orais). Sob meu ponto de vista, pode até ter um uso social o fruto da leitura, mas a sua compreensão antecede e contorna o significado de “letramento”. Tfouni diz: “Em que medida o sujeito pode ocupar a posição de autor, dentro do modelo autônomo?” A própria Tfouni responde (p.41 deste texto):” pessoas que vivem em sociedades letradas não podem ser chamadas, em hipótese alguma, de iletradas, mesmo que não dominem o sistema de escrita desta sociedade e, em decorrência, sejam não-alfabetizadas”.”[...] exposição às práticas sociais embasadas direta ou indiretamente no uso da escrita é inevitável.”(Tfouni, 1993,pg.1).
Assim, é importante distinguir entre indivíduos empíricos e sujeitos dentro do “continuum” do letramento. É importante salientarmos os fatos discursivos que geram dispersão e impedem que o sujeito ocupe a posição de autor. Também a deriva, que, sem ser controlada, instala uma ausência de coerência no texto, quebrando a unidade aparente. E, finalmente, a retroação, um retorno à seqüência discursiva, quando o sujeito do discurso torna-se o intérprete do já-dito, ocupando a posição de autor. É preciso dar espaços para que outras formas de conhecimento façam parte do processo educacional.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Atividade do Seminário Integrador III

UMA ESTRANHA COINCIDÊNCIA

Ao iniciar a atividade do Seminário Integrador III, que se refere ao comentário a ser feito sobre um texto do Blog Relatos de Experiência , escolhi para reflexão um que leva o título deEstranha Coincidência. Nele podemos tomar conhecimento que a Microsoft e a Nova Escola abriram um "Ponto de Encontro na Internet". O texto não fala de uma experiência só, mas de duas experiência, já que, além desta lançada por estas empresas, revela a existência há 7 anos de um outro portal com título similar: Ponto de Encontro. Ambas gratuítas, disponibilizadas aos educadores brasileiros para as trocas de informações e ferramentas relativas ao ofício. O segundo portal, de autoria das professoras Beatriz Corso Magdalena e Iris Elizabeth Tempel Costa, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, existe portanto há mais tempo.
O texto argumenta, evidenciando a existência deste portal, na busca delicada de esclarecimentos, na postagem compartilhada e acadêmica, apontando entre as evidências, uma provável "coincidência". Claro está o equívoco de uma empresa que tanto combate e sofre com a pirataria. Mais ainda, é evidente que algo está muito estranho. Para quem criou e detém grande parte da tecnologia da informática no mundo, sabe-se que " Uma simples consulta ao Google[...]possibilitaria[...] constatar esse nome em uso".
Esses argumentos nos são suficientes para sabermos que entra em campo um novo embate: multinacional x universidade, capital x conhecimento, evidenciados ao final do texto com os seguintes argumentos: [...]gostaríamos que se manifestassem[...]para que possamos nos posicionar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Letramento e Arte

Atualmente estou lecionando artes para as 5ªs e 6ªs séries , mas já trabalhei muito com 2ªs e 3ªs séries. Compreendo que há uma leitura que a criança vai fazendo do mundo à sua volta, cheia de significados, palavras lidas com alegria, como se ao lê-las se apropriassem daquilo que está por trás do signo decifrado. E esta leitura, este letramento, este utilizar-se das palavras para movimentar e movimentar-se com e no mundo à sua volta, é bem emocionante. Desta forma, trabalhar artes nestas séries também me parece trabalhar com outros signos, quando se procura uma outra alfabetização, através de imagens, das contextualizações das imagens durante o processo de criação. Por exemplo, quando se faz teatro, se lida com a palavra, e ela toma um significado importantíssimo na dramatização. O aluno lê teatro, escreve teatro, produz, cria e representa o que havia criado no papel. Ve o pequeno texto, para o qual ele havia contribuido, elaborando junto com o seu grupo,de repente, criar vida na dramatização que realizam. Depois ainda constroem máscaras, fazem leituras sobre as máscaras criadas, oralmente, relacionando as máscaras com as histórias que vão inventando, entre linhas que vão sendo desenhadas- com ou sem simetria. Aí vejo letramento. A compreensão e a utilização que a criança faz com as palavras-imagens do seu cotidiano, lendo o mundo proporcional ao tamanho daquilo que vai construindo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Releituras de Debret: Negras Tatuadas

imagem original de Debret ,
Jean-Baptiste: Negras tatuadas vendendo cajús. Abaixo, algumas releituras feitas pelos meus alunos do ensino fundamental.

















Releituras do quadro de Jean-Baptiste Debret, Negras Tatuadas vendendo Cajú, realizadas por alunos da 5ª série da Escola Municipal Alfredo José Justo, Alvorada-RS, conforme proposta da disciplina de Artes Visuais do Curso de Pedagogia da UFRGS.



Alunos da 6ª série da Escola Municipal Alfredo José Justo, em Alvorada, RS, desenvolvendo exercícios teatrais, conforme proposta da Disciplina de Teatro, do Curso de Pedagogia da Ufrgs -outubro de 2007

domingo, 21 de outubro de 2007

teatro na escola

o vídeo mostra os alunos da Escola Alfredo José Justo, em Alvorada, RS, desenvolvendo exercícios de teatro, conforme proposta da disciplina de Teatro do Curso de Pedagogia da UFRGS.
ESCOLA MUNICIPAL ALFREDO JOSÉ JUSTO - ALVORADA/RS -2007







EXPOSIÇÃO DE TRABALHOS:

FAZENDO ARTE JUNTO COM EDUCAÇÃO FÍSICA. DUAS DISCIPLINAS INTEGRANDO 5ªs E 6ªs SÉRIES .




TRABALHOS DE ARTE (PROFESSOR ARTUR MADRUGA)INTEGRADOS ÀS DISCIPLINAS DE PORTUGUÊS (POESIA-PROFESSOR PAULO AIRTON) E EDUCAÇÃO FÍSICA ( O CORPO HUMANO-PROFESSORA CATIA GESWEIN)





Alunos construindo arte no coletivo da sala de aula.





ALUNOS DA 5ª SÉRIE DISCUTINDO MEIO AMBIENTE ATRAVÉS DA ARTE, RECICLANDO MATERIAIS.



ALUNOS DA 5ª SÉRIE ORGANIZANDO A INSTALAÇÃO DE ARTE COM POESIAS E GARRAFAS PET.



ESCOLA MUNICIPAL ALFREDO JOSÉ JUSTO - ALVORADA/RS



Reflexões à respeito da construção de uma obra de arte com alunos de 5ªs e 6ªs séries.

Ao trocar informações com os alunos de 6ª série da Escola Municipal Alfredo José Justo, em Alvorada/RS, os mesmos experimentaram uma construção coletiva que referendasse a arte contemporânea. Para isto fizemos um passeio pela história da arte, desde o homem primitivo, que desenhava nas paredes das cavernas, passando pela arte grega, egípcia ( com suas figuras em perfil e o olho frontal), a idade média ( com os estudos de perspectiva e o tratamento da pintura como se fosse uma foto -já que a máquina fotográfica ainda não tinha sido inventada), até chegarmos na exposição em Paris, quando Duchamp propõem uma ruptura com o pragmatismo artístico, colocando um vaso sanitário como obra de arte, como expressão de novos parâmetros a serem discutidos. A partir daí foi possível falar em arte como fruto de uma constante reflexão do fazer artístico, do dia a dia que cerca o artista, do nosso cotidiano, da realidade vivenciada. Conforme a foto acima, eles exercitaram a construção coletiva, compondo um trabalho em grupo, no qual cada elemento acrescentado deveria vir acompanhado de uma reflexão a ser compartilhada com os colegas em sala de aula.

domingo, 7 de outubro de 2007

La ville d'Alvorada

Avenida Presidente Getúlio Vargas, principal via da cidade, é por onde circula o grande fluxo de moradores. Esta rua atravessa a localidade de ponta a ponta.Inicia na divisa com Porto Alegre, ao lado do Arroio Feijó (foto abaixo) e termina na divisa com Gravataí e Viamão, no Distrito Industrial. Nesta cidade moro, estudo e trabalho.

Arroio Passo do Feijó, divide Alvorada com Porto Alegre, contorna a cidade e a atravessa, passando ao lado da E.E.E.M.Campos Verdes, onde trabalho, separando os bairros Umbú e 11 de Abril.



Madalena Freire

Madalena Freire ( a filha de Paulo Freire) e eu, no dia em que ela visitou a escola onde trabalho, E.E.E.M. Campos Verdes, no Bairro 11 de Abril, em Alvorada, RS.

arte e reciclagem

Alunos criando, fazendo arte com garragas pet e poesia. Para este trabalho, ouve a integração com a disciplina de Português.

Exposição na Escola Municipal Alfredo José Justo, integrando as disciplinas de Arte e Português.
Poesia ( produção textual dos alunos) e Arte/reciclagem com garrafas pet (trabalho dos alunos).

sábado, 6 de outubro de 2007

un peau de la classe de théâtre





Théâtre pour mes élèves, dans l'école qui je travail
Escola Estadual de Ensino Médio Campos Verdes
Bairro 11 de Abril
Ville d'Alvorada-RS /Brésil






Mots clés: classe de théâtre, théâtre, enseignement de l'art.





Résumé: Beaucoup de discussions autour du champs de l'enseignement de l'art soulèvent une réflexion sur la nature du processus enseignement-apprentissage artistique. La question qui se pose est donc celle de savoir "si" ou/et "quand" l'expérience esthétique dans la salle de classe peut être qualifiée de phénomène artistique. Plus spécifiquement, les exercices executés par les élèves dans un contexte de salle de classe peuvent-ils être comme actes théâtraux? Pourquoi?


texte ecrit pour Cleusa Joceleia Machado dans revista.art.br

Releitura: As Meninas, Vélazquez












Vélazquez olha para frente. Mas não olha para frente simplesmente. Duas são as possibilidades do seu olhar: uma é que ele esteja olhando para um espelho que se encontra no lugar do espectador. Nos arremete, com isto, para a segunda possibilidade: torna o espectador/observador cúmplice, parte integrante da obra e, neste caso, o trabalho se projeta para fora do estático e frio tecido lambuzado de resinas. De que maneira isto acontece? Fazendo com que o observador passe a fazer parte do quadro, como um quarto ponto do quadrilátero, que se forma a partir do triângulo cujos vértices são formados pelo artista, o homem ao fundo ( na porta) e a anã vestidos de preto. Se destacam pela luminosidade. Este quarto vértice, a luz de quem observa, vivifica a obra, se encontra à sombra ,no desconhecido: remetendo para a contemporaneidade e fisgando o próprio espectador.Portanto, em sua essência, o eixo principal não é a Infanta, mas o próprio pintor, o criador, o que impõem a suspensão da cena e a sua linguagem. O que liberta a cena às probabilidades interpretativas. Não para o seu tempo, mas para todos os tempos possíveis. O que guarda a chave e o segredo do jogo de espelhos que pinta. No fundo o espelho não determina, apenas sugere. Pinta os reis ou pinta a si mesmo? Sua consciência de dívida para com seus mecenas? Enigma. Justifico a minha releitura ao trazer para o centro da cena o autor, colocando as imagens à esquerda e à direita, como simetrias que se refletem nos espelhos, o restante dos elementos. Um jogo que se busca harmônico. Verde e vermelho – em oposição, reescrevem as sombras e as luzes. Artur Cristóvão Madruga Martins.

Buscando Saberes




No dia da minha festa dos bixos,


na Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS,


onde estudo Pedagogia.

Uma Nova Etapa


Neste trimestre, para minha satisfação, mergulho no mundo das artes.

Artes Visuais

Teatro

Música

Ludicidade

Literatura

Quer mais para este cardápio maravilhoso?

Odores, sabores, formas e cores, serão experimentados por quem toca toda a delicadeza de uma obra em construção. Estas disciplinas são, neste momento tão importante de profundas reflexões, um presente inesperado da vida. Dar-se conta disto é não deixar escapar o instante já, como afirmava Clarice Lispector, nas releituras das nossas felicidades clandestinas.
( o quadro ilustrativo é de minha autoria)

Batizado na UFRGS



Na Festa dos Bixos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS. Estou calorosamente cercado de minhas colegas, professoras e tutoras do curso de Pedagogia. Foi, posso dizer, o dia do"Meu Batizado" ( 2007).

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Apresentação alunas da Escola Justo

Apresentação das minhas alunas: Stéfanie, Stéfanie Zilá, Desirée, Gabrielli e Fransuele,da Escola Alfredo José Justo(Alvorada) em coreografia criada por elas, para o lançamento do Intercâmbio Cultural entre Alvorada(Brasil)-Berlin(Alemanha)- Nanterre(França). O evento ocorreu na sala-auditório da escola, com a presença do Secretário de Turismo de Nanterre, Monsieur Jacques Guevel, a Secretária de Educação de Alvorada, Profa. Jussara Veras e Assessores, a Diretora da Escola, Profa Eliane Duval, o Coordenador do Intercâmbio em Alvorada, Prof. Artur Madruga, Professores da Escola e alunos do Serviço de Educação de Jovens e Adultos - SEJA. 1º semestre/2007.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

intercâmbio alunos alvorada-berlin-nanterre


Bonne nuit à tous. Je m'appelle Arthur Cristovão Madruga Martins. Je suis enseignant dans Alvorada et suis très heureux de pouvoir initier ce projet. J'ai visité Nanterre en novembre 2003, avec une équipe d'Alvorada, conduite par l'ex-maire Stella Farias. Aujourd'hui nous sommes ici à travers nos relations d'affection et d'amitié avec Nanterre, à travers le Directeur du Petit-Nanterre, de Jacques Guevel, notre noble combattant par une relation international solidaire, culturelle, scolaire. Nous ici d'Alvorada sommes très fiers être dans contact avec celle-ci, aussi nous sommes une ville de périphérie. Je coordonne l'environnement informatisé de l'École Municipale Alfredo José Juste, où Monsieur Jacques a déjà fait deux conférences et a été aplaudidíssimo. Il a montré aux élèves et les enseignants l'histoire de Nanterre et les données statistiques actuelles. Il a montré aux élèves ce Blog et comme il fonctionne. J'attends que je l'utilise appropriéement. Nous sommes soucieux pour initier l'échange. Les élèves déjà vont à l'environnement informatisé et en créant leurs mails, pour pouvoir poster les informations et les échanges. Nous sommes flattés concernant le costume de Berlin avoir voulu participer de l'échange. Nous souhaitons la bienvenue aux berlinois, sommes les bras ouverts à les attendre. Les jeunes de notre ville ont besoin changer à des expériences et du savoir des attentes des autres jeunes du monde, pour lequel, joints ils, puissent penser un monde meilleur. Le monde qui à tous appartient, mais qui nourrit d'espoirs les jeunes de toute la partie. C'est fondamental pour tous nous que cet échange continue. Que de fruits. La ville d'Alvorada est tournée pour vous, en attendant votre contact. Une accolade. Artur Cristovão Madruga Martins

intercâmbio alunos de http://http://www.blog.petit-nanterre.org/ Alvorada, Berlin, Nanterre

http://http://www.youtube.com/watch?v=jE3PtC2AKk8

quarta-feira, 13 de junho de 2007



Em Paris,
por ocasião da abertura do Fórum Social Europeu,
em novembro de 2003.
Quartier La Villete.


`A Paris, pendant l'overture du Forum Social Europeen, novembre 2003. Construire une autre europe, un autre monde! Manifestation le 15 nov. à 14 h, place de la République. Cette fórum à ete lieu parmi les villes de Paris, Saint-Denis, Ivry-Sur-Seine e Bobigny.

PALESTRA NA ESCOLA


Palestra de Jacques Guevel, Secretário de Turismo de Nanterre, França, proferida aos alunos do Seja da minha escola ( Alfredo José Justo), em abril deste ano ( 2007). Ele veio da França para falar sobre sua cidade e seus moradores, bem como explicar como funcionará o intercâmbio através de weblog, criado por Nanterre e que recebeu a adesão da cidade de Berlim, na Alemanha.
Para acessar basta visitar o endereço abaixo:
http://alvorada-berlin-nanterre.blogspot.com

Associação Petit-Nanterre


Visita à Associação de Moradores da Petit-Nanterre, bairro de Nanterre Ville, França, em 2003. De barba, Jacques Guevel, atual Secretário de Turismo de Nanterre explica-nos sobre a exposição de estandartes( drapeaux) confeccionados pelas mulheres da comunidade. Jacques esteve 3 vezes aqui em Alvorada. Coordena, na França, o intercâmbio cultural entre os alunos deles e os alunos do Seja da Escola Alfredo José Justo, onde trabalho e coordeno o Projeto que deverá ter início no 2º semestre de 2007, assim que consigamos sincronizar os tempos do nosso calendário escolar com o calendário escolar deles. Enquanto estamos no aconchego do frio do inverno, eles iniciam as férias de verão. O Quartier Petit-Nanterre tem uma singularidade que nos aproxima deles: na década de 60, era uma grande favela de refugiados Algerianos. Com a participação, solidariedade, educação e cultura, eles resolveram seus problemas. Esta troca, com certeza acrescentará aos nossos alunos algumas reflexões importantes e necessárias sobre a nossa contemporaneidade.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Chateau La Boule


Este é o Chateau La Boule, em Nanterre, França. Fiquei hospedado aqui durante os 15 dias de França. Este é um dos espaços usados pela Maire ( Prefeitura), para abrigar as crianças do ensino fundamental às quartas-feiras, quando eles não têm aula, porque é o dia das reuniões pedagógicas nas escolas da Ville.
Tive oportunidade de vê-las em atividades pedagógicas proporcionadas pelos monitores. Não pude tirar fotos, porque lá é proibido tirar fotos das crianças. Atrás do La Boule tem balanços, escorregadores, labirintos e nogueiras, várias nogueiras, liberando nozes para nossas papilas gustativas.

Escola de mulheres estrangeiras


Visita que fiz a uma escola de alfabetização de mulheres estrangeiras em Nanterre, França, em 2003. Nanterre é uma cidade da periferia de Paris e tem problemas como qualquer outra cidade de periferia. Nanterre fez resistência aos nazistas na 2ª guerra mundial. Para marcar esta posição, foi construída na divisa entre Paris e Nanterre, o L'arc de La Defense. A maioria dos estrangeiros eram analfabetos em seus países de origem.

Visita à uma escola de alfabetização para mulheres estrangeiras em Nanterre, França

Visita feita em Nanterre, França ( em 2003), à uma casa onde mulheres estrangeiras( refugiadas do Laos, Vietnam, Egito, Algéria, Camboja etc.) são alfabetizadas ( muitas não sabiam escrever ou ler nos seus próprios países), e outras têm que aprender a ler, escrever e falar em françês. Enquanto elas aprendem a lingua do país que as acolheu, seus filhos são cuidados por pedagogos, professores e monitores. Os maridos estão trabalhando como operários, aprendendo o idioma durante as lidas do serviço.

terça-feira, 15 de maio de 2007

O QUE PODE SER CURRÍCULO?


Será o exercício da participação social e política, o exercício de seus direitos e deveres, adotados no dia-a-dia? Serão atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito? Ou será, também, proporcionar o posicionamento de uma cidadania crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais? Ou, ainda, será currículo a utilização do diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas? Currículo pode ser isto e pode ser muito mais? Ou pode ser também este pensamento que te aflora neste momento, e que podes acrescentar neste espaço, contribuindo para que esta reflexão não se estagne, ao construirmos juntos este contínuo e aberto conceito de currículo, instigando e provocando a participação democrática? Sinta-se acolhido em meu pensamento. És "bienvenu" com suas diferenças. Assim poderei aprender contigo algo que desconheço. Trazes na tua alma uma parte do conhecimento do todo que existe. Sentir-me-ei acolhido naquilo que puderes me oferecer para minha evolução e aprendizado. Dá-me então, por favor, a tua opinião: o que pode ser currículo?
A FOTO ILUSTRATIVA MOSTRA UMA REUNIÃO QUE PARTICIPEI NA L'ÀGORA (CASA DA CIDADANIA DE NANTERRE, FRANÇA).

segunda-feira, 7 de maio de 2007

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

MEC e França assinam acordo em EAD
17/07/2006Objetivo é aprofundar e desenvolver atividades técnico-pedagógicas e de promoção de soluções baseadas nas tecnologias da informação. França e Brasil acordo de trabalho na área de educação à distância. O documento faz parte do Acordo-Quadro de Cooperação entre os dois governos, firmado em Paris, em 28 de maio de 1996, e do Protocolo de Cooperação sobre a Promoção Recíproca dos Idiomas no Ensino, assinado em 25 de maio deste ano. O objetivo do programa de trabalho entre o MEC e a Embaixada da França no Brasil na área de educação à distância é aprofundar e desenvolver, em conjunto, atividades técnico-pedagógicas e de promoção de soluções baseadas nas tecnologias de informação e comunicação na educação.
Para a implementação do acordo, o Ministério da Educação manterá curso de língua francesa na faixa de línguas da programação da TV Escola, e criará ambiente de internet com conteúdos e ferramentas pedagógicos, que serão direcionados ao ensino da língua e da cultura francesas em ambiente de ensino-aprendizagem à distância. A primeira ação já foi iniciada, com a habilitação da página eletrônica FrancoClic. Como contrapartida, caberá à França disponibilizar ferramentas pedagógicas que visem à capacitação de professores em exercício e de alunos de cursos do idioma francês.
[Fonte: Estadão 20.06.2006]

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Sobre o texto A complicada arte de ver, de Rubem Alves

Um insight, entre outras palavras, no dar-se conta do que está acontecendo. Um insight que nos faz descobrir a poesia que nos cerca, quando percebemos que poesia é essencial. Que o olhar poético que lançamos sobre todas as coisas, é o melhor olhar que dirigimos à nossa própria vida. E este nos torna humanos, extremamente humanos. Enriquecemos o simples e fortalecemos os elos que nos ligam ao todo que existe, como diria Clarice Lispector.

MUDANDO O FOCO


Observar atentamente, olhando os detalhes dentro de uma perspectiva maior. Vê-los é importante, mas contextualizá-los nos amplia a visão. Ao redimensionarmos o contextualizado, acrescentamos novas alternativas ainda não descobertas. O individual se enriquece, quando projetado e interligado a espaços maiores. Espaços dentro dos quais somos capazes de nos movimentarmos: reinventando e mudando o foco do olhar.Artur Madruga




















































quinta-feira, 12 de abril de 2007

Apresentação


Me chamo Artur Cristovão Madruga Martins, estou iniciando o curso de Pedagogia à distância, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sou professor em Alvorada. Trabalho nas escolas Alfredo José Justo (municipal) e Campos Verdes ( estadual). Vocês podem observar que eu amo a lingua francesa e isto me faz muito bem, porque existe uma vasta literatura sobre educação em francês. Eu vou aproveitar tudo o que a lingua possa me oferecer. Já que eu vou fazer pesquisa educacional é bom que eu faça bilingüe, porque pode ser que alguém precise de ajuda do outro lado do mundo. A internet não é universal? É preciso que também sejamos universais. Mas isto é um outro assunto...
Je m'appelle Artur Cristovão Madruga Martins. Je suis au debut de le cours de Pedagogie dans la Fac d'Education de la Université Fédéral du Rio Grande do Sul. Je suis prof dans la ville d'Alvorada, ici au sud du Brésil. Je travaille parmi deux écoles. Une c'est de la municipalité: Alfredo José Justo et l'autre c'est de l'Etad. Vous pouvez voir qui j'aime la langue française et ça me fait trés bien, parce que il y a beaucoup de gross literature d'education en français. Je vais proffiter tous que la langue peu m'offrir. Déjà qui je vais essaier de faire la recherche d'education, il faut faire en double langue, parce que peut être qui quelqu'un besoin d'aide à l'outre cotê de monde. L'internet c'est pas universel? Il faut qu'on être aussi universel. Mais ça c'est l'autre parole...