sexta-feira, 30 de outubro de 2009

SOMOS TODOS SELVAGENS


" O GAROTO SELVAGEM"
Um filme francês de 1970, dirigido por Françoise Truffaut ( que faz o papel de Doutor Itard), baseado em livro de Jean Itard, um médico francês que se torna responsável pela educação de uma criança.
De certa maneira, o filme vem nos reafirmar o trabalho de Piaget sobre o construtivismo. Como construímos nosso conhecimento? Como aprendemos? Embora tenham vivido em épocas diferentes, e tenham traçado caminhos diferentes, Piaget e Itard observaram crianças, estudaram o que acontecia. Para Itard, que ainda não tinha o que temos de informações sobre a psicologia humana, e que ajudou a impulsionar a reflexão não só sobre a surdez, como sobre o aprender e o educar, a tarefa foi mais difícil, sem ser menos pedagógica. O sucesso dessa construção da aprendizagem do menino selvagem parece estar evidente ao final do filme. E, ao analisarmos e compararmos o filme com a história da surdez, não podemos deixar de reportarmo-nos à nossa atualidade. Parece que o preconceito persiste mesmo com toda a “evolução da sociedade”. Evolução tecnológica desprovida de evolução social, ainda que com todos os “direitos disso e daquilo vigentes”. Parece que aprofundamos ainda mais as diferenças de uns e outros. Ou estamos a nos transformar numa sociedade tecnicista, ligada através de redes sociais virtuais, sem o devido conhecimento real do outro, do verdadeiro humano de carne e sangue, que passa ao nosso lado em nosso lado, que necessita reconstruir-se, como se todos fôssemos um MENINO SELVAGEM.

domingo, 25 de outubro de 2009

Didática

John Dewey ( 1859-1952), foi um filósofo americano que inspirou no Brasil o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira. Dizia que a atividade prática e a democracia eram, junto com a liberdade de pensamento, importantes ingredientes da educação, e os defendia como instrumentos para a maturação emocional e intelectual da criança. Rejeitou a idéia de leis morais fixas e imutáveis.

" A META DA VIDA NÃO É A PERFEIÇÃO, MAS O ETERNO PROCESSO DE APERFEIÇOAMENTO, AMADURECIMENTO, REFINAMENTO" (John Dewey)
"APRENDEMOS A VIDA INTEIRA, NÃO HÁ TEMPO PRÓPRIO PARA APRENDER"
Paulo Freire

domingo, 18 de outubro de 2009

Múltiplas Linguagens




FALA-SE, ESCREVE-SE, LÊ-SE SEMPRE DO MESMO JEITO? QUE DIFERENCIAÇÕES PODEM OCORRER ENTRE A FALA E A ESCRITA?

Não se fala e não se escreve do mesmo jeito. Cada um carrega a sua cultura, ou seja, aquilo que foi sendo construído ao longo de sua vida, desde o seu nascimento. O contato com a mãe, com a família, com os parentes, com a vizinhança, com a rua, com a escola, com a televisão, com os livros e revistas (se existiram por perto), com o vídeo game, com tudo o que compôs o seu universo de relações com o mundo. Essa cultura, que é própria de cada um, tem a influência de sua época e das situações passageiras. Existem ainda as diferenças de gerações, de regiões, as famosas tribos. Os skeitistas, por exemplo, falam diferente dos pagodeiros. Um nordestino fala um pouco diferente do gaúcho.
A escrita e a fala são diferentes. Embora aceitas informalmente, as diferenças entre as diversas formas de expressão oral são reduzidas a um único padrão, quando se trata da escrita da língua no ambiente escolar. Só que é algo muito relativo se pensarmos em como Guimarães Rosa escreveu Grande Sertão Veredas, numa época em que a língua escrita não poderia desafiar a formalidade. Se obedecesse aos cânones escolares ele nunca teria escrito uma obra tão admirável.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Déjà Vu Périphérie - Ville de Nanterre/França

O Photojornalista Jorge Aguiar, esteve na Cidade de Nanterre, co-irmã da Cidade de Alvorada, ambas de periferia. A primeira de Paris e a segunda de Porto Alegre. Fez uma série de fotos que apresenta agora para nós no Mercado Público Municipal de Porto Alegre. Ele esteve na Escola Municipal Alfredo José Justo com o Secretário de Turismo de Nanterre, Monsieur Jacques Guével, por duas vezes. Jacques apresentou power point mostrando a cidade e a juventude de Nanterre para os alunos do EJA. A partir de então, começamos um projeto de intercâmbio cultural entre a nossa escola e o College Les Chenevreux, na cidade francesa, que ainda está em andamento. O artista, atualmente morando em Alvorada, esteve realizando um trabalho fotográfico com alguns alunos da 5ª série da Escola Justo. As fotos feitas farão parte de um grande painel público, que incluirá o trabalho de educandos representantes de todas as escolas municipais, ligando-os como uma grande rede. Um exercício múltiplo de vários olhares sobre os ambientes onde se constrói conhecimento.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

CULTURA SURDA

PARA REFLETIR:
"Cultura Surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-o com suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das "almas" das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo."(PERLIN, 2004, p.77-78), fonte: STROBEL, Karin. As Imagens do Outro Sobre a Cultura Surda. Florianópolis. Editora UFSC.2008 (p.24)


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

E Seu Nome é Jonas


O filme "E Seu Nome é Jonas" ( And Your Name Is Jonah- TV Film, USA/1979), é muito significativo. Emociona pelo que aprendemos, pelo que mostra. Todo educador deveria assistí-lo, porque acabará por descobrir que a educação é um processo contínuo de trocas e que ele tem uma importância imprescindível ao desenvolvimento de seu aluno( todo professor sabe disso, mas aqui ele passa a ter certeza). O filme mostra até que ponto a escola que não dialóga pode ser cruel ao desconhecer a realidade de seu aluno e não se atualizar.
Como acabei de descobrir o mundo dos surdos e estou feliz que isso tenha acontecido, depois de tantos anos de magistério, quero compartilhar com todos que entrarem neste blog esse novo olhar que me transformou e que me acrescentou em conteúdo. Desde o primeiro momento, quando iniciei as aulas em libras com a nossa professora surda Carolina Hessel Silveira, fui desvelando o que não conhecia. Jamais imaginei que ter uma professora surda me dando aula, muito menos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde o primeiro momento ganhei o impulso e a vontade de aprender Libras. Depois, fui descobrindo nas leituras e trocas todo um mundo novo. Um mundo feito de uma outra linguagem, uma outra cultura, tão natural quanto qualquer outra linguagem. Um mundo integrado e integrador que necessita da escola o seu empenho, para acabar com os preconceitos que ainda restam, esclarecendo, mostrando, ensinando, como felizmente aconteceu comigo. E, pesquisando na internet, na tentativa de encontrar uma foto para ilustrar esse texto, que deveria versar só sobre o filme, encontrei um blog muito interessante da Profa. Ana Carolina Praxedes Frank, pedagoga surda sinalizada, como se refere. Além de ter um material riquíssimo para que se possamos pesquisar, também encontramos no blog, entre as boas leituras, jogos pedagógicos em libras, de autoria de Ana Carolina. O endereço é: http://anacarolinafrank.blogspot.com/ . É maravilhoso. Entrem e ampliem seus conhecimentos, vale a pena. O caminho parece ser maior do que se imagina e o mundo um lugar tão rico quanto suporta nossos corações.

Lingua Brasileira de Sinais - Libras



Uma nova e agradável descoberta: o mundo dos surdos. Conhecer os códigos de uma linguagem a ser desvendada, conhecida e reconhecida pelos não surdos, se transforma num encontro emocionante, que nos impulsiona e surpreende. Uma alegria que nos preenche e ilumina, apressando-nos o desejo de querermos aprender e participar, "em busca do tempo perdido", como dizia Proust.