domingo, 18 de outubro de 2009

Múltiplas Linguagens




FALA-SE, ESCREVE-SE, LÊ-SE SEMPRE DO MESMO JEITO? QUE DIFERENCIAÇÕES PODEM OCORRER ENTRE A FALA E A ESCRITA?

Não se fala e não se escreve do mesmo jeito. Cada um carrega a sua cultura, ou seja, aquilo que foi sendo construído ao longo de sua vida, desde o seu nascimento. O contato com a mãe, com a família, com os parentes, com a vizinhança, com a rua, com a escola, com a televisão, com os livros e revistas (se existiram por perto), com o vídeo game, com tudo o que compôs o seu universo de relações com o mundo. Essa cultura, que é própria de cada um, tem a influência de sua época e das situações passageiras. Existem ainda as diferenças de gerações, de regiões, as famosas tribos. Os skeitistas, por exemplo, falam diferente dos pagodeiros. Um nordestino fala um pouco diferente do gaúcho.
A escrita e a fala são diferentes. Embora aceitas informalmente, as diferenças entre as diversas formas de expressão oral são reduzidas a um único padrão, quando se trata da escrita da língua no ambiente escolar. Só que é algo muito relativo se pensarmos em como Guimarães Rosa escreveu Grande Sertão Veredas, numa época em que a língua escrita não poderia desafiar a formalidade. Se obedecesse aos cânones escolares ele nunca teria escrito uma obra tão admirável.


2 comentários:

Beatriz disse...

E o que me diz de Saramago e de Mia Couto? Ontem, inclusive, li uma dissertação de mestrado onde ela diz que foi um parto o trabalho. E, em vários momentos, se coloca informalmente, não desmerecendo o lado formal da pesquisa dela.
Um abraço
Bea

Beatriz disse...

Artur querido, quando vais ter coragem de receber comentários sem passar antes pelo teu crivo? Um abração
Bea