quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA

PSICOLOGIA DA VIDA ADULTA



No texto da Profa Luciane M. Corte Real, Transformações na Convivência Segundo Maturana, no item 3, Encontro com o emocionar do outro, conseguimos encontrar uma síntese que define o pensamento de Maturana. Diz o parágrafo: "Quando, numa conversação, muda a emoção, muda também o fluxo das coordenações de coordenações comportamentais consensuais e vice-versa. O entrelaçamento do linguajar com o emocionar se estabelece na convivência, adquirindo uma estabilidade que gera consensualidades. Podemos observar redes de conversação que configuram relações hierárquicas baseadas no medo. Outras, que configuram relações mais heterárquicas, baseadas no amor. Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre educadores e educados, também podemos verificar que tais EMOÇÕES condicionam posições frente à aprendizagem, facilitando-a ou dificultando-a." No parágrafo seguinte é importante colher para a nossa afirmação, a seguinte frase: "As relações feitas no parágrafo anterior permitem concluir que o emocionar define a ação e também a transforma. Todo linguajar se apóia num suporte emocional que pode mudar com o curso das emoções." Quer dizer, para Maturana, a ação depende da emoção. Tem que existir uma motivação emocional para que se estabeleça a movimentação, a busca.
Erickson, de acordo com o texto de David Elkind intitulado As Oito Idades do Homem, segundo Erik Erikson, existem "oito estágios no ciclo de vida humana, em que cada um dos quais se torna uma nova dimensão de interação social, que quer dizer, uma nova dimensão na interação da pessoa consigo mesma e/ou com seu ambiente social." O texto apresenta, ao final, um trecho bem esclarecedor sobre a contribuição de Erickson à psicanálise. "Erikson sugere que existem crises emocionais que são exclusivas de cada estágioda vida, inclusive na meiaidade e na maturidade. Essa colocação, deixa livre o clínico para tratar os problemas emocionais dos adultos, como fracassos, pelo menos em parte, na solução das crises de personalidade genuinamente adultas e não, como até aqui, como meros resíduos de frustrações e conflitos infantis....essa idéia sobre crescimento da personalidade, tira dos ombros dos pais uma parte do ônus pelo desenvolvimento bem sucedido, além de levar em consideração o papel que a própria pessoa e a sociedade desempenham na formação do indivíduo."
Baseado nesses dois argumentos, de que a emoção gera por uma motivação leva a ação, segundo Maturana e que, diante da possibilidade de superação de crises emocionais exclusivos de cada estágio de desenvolvimento da vida, segundo Erikson, desenvolvi a história de Zé, Um Cidadão em Construção. A história mostra claramente os motivos para a transformação de vida que ocorre com Zé, que luta por uma vida diferente daquela que levava, ao ingressar novamente na escola, já adulto, diante da inesperada gravidez da namorada. Ele teria todos os resíduos de infância para ter partido para o mundo das drogas, do roubo e do crime, devido a sua vida de extrema carência financeira e afetiva. Zé fora criado sem pai, morava num barraco à beira de um arroio. Com a emoção gerada pela chegada do filho, buscou soluções, mesmo que a médio prazo, que o ajudaram a superar obstáculos e resolver problemas. Mais, Zé fortaleceu a sua capacidade de reconstrução interna, ao ingressar no EJA e, tendo a sua vivência trazida para a escola como importante para a mesma, a transformação do seu senso comum em senso crítico.


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